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quinta-feira, 10 de maio de 2012

APOSTILA DO FREI DEMÉTRIUS:  "INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE A BÍBLIA":

A Bíblia

O nome ‘Bíblia’ vem do grego ‘bíblos’, que significa ‘livro’ . Daí o diminutivo ‘biblon’ = o livrinho, que no plural fica ‘Bíblia’. Portanto, o que conhecemos como Bíblia é um único volume formado por 73 livros de tamanhos diferentes e escritos por diversos autores ao longo de muitos séculos. Podemos dizer com isso que temos nas mãos uma biblioteca.

Divisão da Bíblia

A Bíblia está dividida em duas partes num total de 73 livros

·         O Antigo Testamento (que se abrevia AT) ou Velho Testamento com 46 livros, escritos antes de Jesus Cristo (a.C.).
·         O Novo Testamento (que se abrevia NT) com 27 livros, escritos depois de Jesus Cristo (d.C.).

Testamento

A palavra testamento vem do latim ‘Testamentum’, tradução da palavra hebraica PACTO, ALIANÇA.
O Antigo Testamento contém os livros que se referem à Antiga Aliança que Deus fez, primeiro com Adão, depois com Noé, Abraão e sobretudo com Moisés.
O Novo Testamento contém os livros que se referem à Aliança Nova e definitiva, feita por Jesus Cristo.

Antigo Testamento

O Antigo Testamento, ou Velho Testamento, como era chamado no século XVII está dividido em quatro grandes partes: Pentateuco, Históricos,Poéticos e Sapienciais, Proféticos. E só existe nas Bíblias Católica e Protestante. Na Bíblia Hebraica (Bíblia do Povo Judeu) não existe o Novo Testamento, porque esse povo não considera inspirados os livros que o compõem.

Pentateuco

É uma palavra grega que significa cinco livros. Os primeiros livros do Antigo Testamento são chamados ‘Pentateuco’. Conhecidos também por TORÁ = LEI, porque contém a Lei da Antiga Aliança.

Os livros do Pentateuco são:

·         Gênesis(Gn) - È uma palavra grega que quer dizer ‘origem’. Narra as origens do mundo e do homem, a corrupção da humanidade e o dilúvio. A aliança de Deus renovada com Noé. Conta-nos também a formação do Povo de Deus e a história dos Patriarcas: Abraão, Isaac, Jacó.
·         Êxodo(Êx) - É uma palavra latina que significa ‘saída’. Relata sobre o cativeiro do Povo de Deus no Egito, a libertação do mesmo pela mão de Moisés, a experiência da caminhada rumo à Terra Prometida e a Aliança selada sobre o monte sinai com a entrega por parte de Deus dos Dez Mandamentos.
·         Levítico(Lv) -  Provém do nome Levi, a tribo de Israel que foi escolhida para exercer a função de sacerdotal no meio do seu povo. É o livro que trata das leis sobre o culto divino. Uma espécie de ‘ritual’ dos sacrifícios oferecidos a Deus naquele tempo. Os Judeus do tempo de Jesus observavam essas leis baseados justamente no Levítico.
·         Números(Nn) - Chama-se Números por causa dos recenseamentos e séries de números nele contidos. Narra a parte final da caminhada do Povo de Israel pelo deserto do Sinai até a entrada na Terra Prometida. Também fala das lutas que os israelitas enfrentaram perante os povos que ocupavam, as fronteiras da Palestina.
·         Deuteronômio(Dt) -  Quer dizer ‘Segunda Lei’. É o livro que relata novamente a promulgação da Lei da Aliança. Convida à conversão e felicidade.

Históricos

Os livros históricos são 16(dezeseis). Eles narram as histórias do Povo e seus líderes, desde a entrada na terra prometida (Terra de Canaã) até quase a época de Jesus Cristo.

Os Livros Históricos são:

·         Josué (Js) - Relata a conquista e a partilha da Terra Prometida. Com a morte de Moisés, a missão  de levar o Povo até a terra de Canaã fica com Josué. Fatos ocorridos entre 1230 e 1200 a.C.
·         Juízes (Jz) -  Entre a morte de Josué e a constituição da Monarquia, as tribos são governadas por chefes carismáticos: os juízes. Relata fatos ocorridos entre o 1200 e 1020 a. C.
·         Rute (Rt) -  Apresenta uma história familiar visando orientar a luta do Povo pobre em busca de seus direitos. Ela se torna bisavó do rei Davi, de cuja família vem nascer Jesus. No livro são colocados os princípios que devem orientar a reorganização de uma comunidade que sofreu grandes abalos.
·         1Samuel (1Sm) - Samuel chamado por Deus desde a infância e educado pelo Sacerdote Eli, foi ao mesmo tempo profeta e o último dos Juízes de Israel. O livro narra o surgimento da monarquia com a escolha de Saul e que depois foi substituído por Davi. Acontecimentos que se situam entre 1040 e 1010 a.C.
·         2Samuel (2Sm) - O segundo livro de Samuel relata sobre o grandioso reinado de Davi. Fatos ocorridos entre 1010 e 971a.C.
·         1Reis (1Rs) - Continua o relato sobre a monarquia iniciada com Saul e Davi. Depois de Salomão o Império se divide em dois reinos: Reino de Israel ou do Norte, Reino de Judá ou do Sul. Fatos ocorridos entre 971 a 853 a.C. Sendo que em 931 a.C. Acontece a divisão do Império. (1ª briga entre herdeiros).
·         2Reis (2Rs) -  Continua  com a história dos dois reinos, a decadência sócio-político-espiritual dos mesmos até o relato da queda, seja do Norte quanto do Sul e as deportações no cativeiro. Fatos ocorridos entre 853 a 561 a. C. No 722 a.C. Ruína do Norte. No 586 a. C. Ruína do Sul.
·         1Crônicas (1Cr) - Releitura da história, de Adão até Davi.
·         2Crônicas (Cr) - Releitura da história de Salomão até a deportação para a Babilônia. Os dois livros das Crônicas foram elaborados no início do século IV A. C.
·         Esdras (Esd) - Continua o relato da história de Israel a partir da volta do exílio e a reconstrução do templo e da comunidade. Fatos ocorridos entre 538 e 515 a. C.
·         Neemias (Ne)- Continuando a história do pós-exílio fala a respeito da reconstrução dos muros da cidade de Jerusalém. Fatos ocorridos entre 515 e 400 a. C.
·         Tobias (Tb) - O livro apresenta o exemplo de um judeu justo e fiel a Deus mostrando que a verdadeira sabedoria, o caminho que conduz à felicidade, consiste em amar a Deus e obedecer aos mandamentos. Neste livro os dados históricos entram só como ‘pano de fundo’, o que interessa é fortalecer a identidade do Povo revalorizando a fé, as tradições e seus valores. É um dos Deuterocanônicos.
·         Judite (Jt) - Judite é a jovem Israelita fiel à Lei que, com fé em Deus e confiando no poder da oração, defende seu Povo mostrando que o poder da fé e a confiança em Deus têm mais força que um exército armado. O autor está interessado em transmitir uma mensagem: a memória da fé, da coragem, das táticas de um povo oprimido em luta contra o opressor. É um dos Deuterocanônicos.
·         Ester (Est) - A rainha Ester, esposa de Assuero, rei da Pérsia, intercede e salva os judeus estabelecidos na Pérsia, onde eram duramente hostilizados. Mais do que história temos um conto que analisa a situação da comunidade judaica espalhada entre as nações estrangeiras. Os textos 10, 4-16, 24 São considerados Deuterocanônicos.

Os livros de Tobias, Judite e Ester são novelas ou romances. Não refletem acontecimentos históricos propriamente ditos no entanto servem de modelo para analisar em profundidade certas situações reais.
·         1Macabeus (1Mc) - O livro conta as lutas dos cinco filhos de sacerdote Matatias contra os reis gregos e o grupo judaico que a eles se aliaram. Relata fatos ocorridos entre 175 a 134 a. C.  É um dos Deuterocanônicos.
·         2Macabeus (2Mc) - Estão relatados novamente os fatos ocorridos na Judéia entre 175-161 a. C. O segundo livro é uma narrativa paralela a IMc 1-7. É um dos Deuterocanônicos.

Livros ‘Poéticos e Sapienciais’

‘Sapiensiais’ é o nome dado a 5(cinco) livros do Antigo Testamento: Provérbios, Jó, Eclesiastes(Coélet), Eclesiástico(Sirácida) e Sabedoria.
A esses são acrescentados dois livros poéticos: Salmos(150)e Cântico dos Cânticos.
Esses livros apresentam a sabedoria e a espiritualidade de Israel. Neles encontramos a expressão da sabedoria e dos sentimentos do Povo: ditados, poesias, cantos, orações.
·         Jó (Jó) - Os Judeus achavam que o sofrimento significava castigo e abandono de Deus. O Livro de Jó mostra o contrário: Jó sofre e é um justo amado por Deus. É uma contestação à doutrina da retribuição <=> Deus devolve o bem com o bem e o mal com o mal.
O tema central deste livro é a questão mais profunda da religião: a natureza da relação entre o homem e Deus. Provavelmente foi escrito em sua maior parte durante o exílio, no século VI a.C.
·         Salmos(Sl) - A palavra ‘Salmos’ quer dizer: ‘Oração cantada e acompanhada com instrumentos musicais’. Os Salmos são oração, expressão da experiência do homem e do Povo aliado com Deus. São também poesias, forma mais apropriada para expressar a realidade da vida penetrada pelo mistério de Deus.
·         Provérbios (Pr) - O livro dos Provérbios, agrupando ditos, sentenças e alguns desenvolvimentos maiores, é um verdadeiro resumo da sabedoria de Israel. Não foram todos escritos por um mesmo autor e não pertencem todos a mesma época. A maioria deles nasceu da experiência popular, que foi depois burilada e editda por sábios profissionais desde o tempo de Salomão (950 a.C.) até dois séculos depois do exílio(400 d.C). Foram atribuídos ao rei Salomão por causa de sua fama de sábio(1Rs 3-5).
·         Eclesiastes (Ecl) ou Coélet - Pretende ser uma análise crítica, lúcida e realista sobre a condição humana a partir da realidade da Palestina daquele tempo. ‘Coélet’ significa ‘diretor acadêmico’: era um sábio que instruía o povo. Trata-se de um livro profundamente crítico, lúcido e realista sobre a condição do povo da Palestina, por volta do século III a.C.
·         Cântico dos Cânticos (Ct) - Se apresenta como uma coleção de cantos populares de amor, usados talvez em festas de casamento, onde noivo e noiva eram chamados de rei e rainha. Aborda a mais profunda, universal e significativa experiência humana: o amor. Remonta do século V ou IV a.C. Foi atribuído ao rei Salomão, reconhecido em Israel como patrono da literatura sapiencial.
·         Sabedoria (Sb) - O autor, preocupado em salvaguardar a Fé dos judeus que moravam em Alexandria (centro político e cultural grego) ensina a verdadeira sabedoria, que vem de Deus, que conduz a uma vida justa e à felicidade.
‘Sabedoria de Salomão’ é fictício, pois o autor é um judeu de Alexandria, que escreveu o livro pelo ano 50 a.C. É um dos Deuterocanônicos.
·         Eclesiático (Eclo) ou Sirácida - O livro faz considerações sobre a vida humana mostrando o valor estável da Lei de Deus que conduz o homem ao que é eterno. Procura educar o ser humano para uma vida feliz. É um dos Deuterocanônicos.

Sirácida por causa do nome do autor, ‘Jesus filho de Sirac...’ (Eclo 50,27), que escreveu  o livro pelo ano 50 a.C.

Livros Proféticos

Os livros Proféticos são 18 (dezoito). Trazem a vida e a mensagem dos Profetas. O Profeta, na Bíblia, é aquele que fala em nome de Deus, denunciando as injustiças, consolando o povo e anunciando a vinda do Messias.
·         Isaías (Is) - Foi o maior Profeta de Israel. Nasceu em Jerusalém por volta do 760 a.C. O livro se divide em três partes: 1º Isaías: condena as alianças. 2º Isaías: consola o Povo no exílio. 3º Isaías: estimula o povo na volta do exílio.
Lidando com as grandes mudanças internacionais, Isaías condena as alianças com as grandes potências porque só a fidelidade a Deus poderá salvar a Nação.

O tema central deste livro é: a Santidade de Deus; isto é, só Deus é Absoluto.

·         Jeremias (Jr) - Nasceu no ano 650 a. C. Profetizou entre os anos 627 e 658 a.C.
Plenamente consciente de sua missão, Jeremias anuncia com todas as forças o projeto de Deus presente na Aliança. Sai em defesa dos pobres, oprimidos e fracos e denuncia abertamente as falsas seguranças religiosas unidas a uma prática injusta e idólatra. Por isso foi perseguido e humilhado.
·         Lamentações (Lm) - Livro composto nos anos 586 a.C. Após a destruição de Jerusalém e a deportação do Povo. São cantos fúnebres que descrevem de modo doloroso e em forma poética a destruição da cidade de Jerusalém pelos babilônios e os acontecimentos que se sucederam a essa catástrofe: fome, sede, matanças, exílio.
·         Baruc (Br) - Baruc que quer dizer: ‘abençoado’. Foi discípulo de Jeremias. O autor visa conservar os sentimentos religiosos dos israelitas dispersos pelo mundo todo, após a ruína de Jerusalém.
·         Ezequiel (Ez) - O profeta exerce sua missão no meio do povo deportado na Babilônia, procurando levar o povo à Aliança com seu verdadeiro Deus. Fala do Messias como de um pastor que vai apascentar o seu rebanho, e anuncia a restauração de Israel entre os anos 593 a 571 a.C.
·         Daniel (Dn) - De autor desconhecido, o livro apresenta um personagem ideal que sofre junto a comunidade que está sendo perseguida. A finalidade do livro de Daniel é sustentar a esperança do povo fiel e provocar a resistência contra os opressores. Textos Deuterocanônicos 3, 24-90; 13-14
·         Oséias (Os) - Deve ter profetizado por volta dos anos 750 a.C. Fala das infidelidades de Israel com seu Deus denunciando todo tipo de idolatria que ele chama de prostituição. Compara também a união de Deus com seu povo ao amor de um noivado.
·         Joel (Jl) - Parece ter profetizado entre os anos 400 e 350 a.C. Uma expressão une todo o livro: o dia de Javé, isto é, o juízo final: o grande dia em que a humanidade prestará contas a Deus.
·         Amós (Am) - Era camponês e pastor. Profetizou entre os anos 780 a 744 a.C. Amós condena as injustiças sociais que massacram o povo, especialmente a corrupção dos Juízes e a opressão dos pobres. Ameaça tais injustiças com castigos.
·         Abdias (Ab) - Profetizou lá pelos anos 550 a.C. Aborda o tema da solidariedade dos mais fracos diante do poder opressor. Anuncia castigos contra Edom (idumeus) e o triunfo de Israel no dia de Javé.
·         Jonas (Jn) - Apresenta o tema da misericórdia de Javé que não é um Deus nacional, mas um Deus de toda a humanidade. O livro de Jonas, mais do que um livro profético poderia ser colocado na linha sapiencial.
·         Miquéias (Mq) - Profetizou no mesmo período de Isaías (século VII a.C.). Denuncia um mal mais perverso do que a própria guerra em andamento: a cobiça e as injustiças sociais, nas quais ele vê a causa principal da ira de Deus.
·         Naum (Na) - Profetizou entre os anos 633 a 612 a.C.  Naum deixa bem claro que os grandes poderosos do mundo não são eternos. Por mais que eles dominem e humilhem os pequenos um dia ruirão como Nínive.
·         Habacuc (Hab) - Profetizou entre os anos 625 a 598 a.C. Vendo o seu país sofrer uma opressão violenta pede socorro a Deus; analisando pois o problema do mal, diz que no final Deus salvará os justos e punirá o mal.
·         Sofonias (Sf) - Profetizou entre os anos 640 a 630 a.C. Ele mostra como sobre toda essa situação de injustiça, exploração e idolatria pesa o julgamento de Deus: o dia de Javé.
·         Ageu (Ag) - Profetizou por volta do ano 520 depois da volta dos exilados, no tempo em que a comunidade judaica procurava reconstruir suas bases de fé e vida social. Anima o povo na reconstrução do Templo e anuncia os tempos messiânicos; isto é, o povo voltará à sua grandeza anterior com um descendente de Davi.
·         Zacarias (Zc) -  Contemporâneo do profeta Ageu, profetiza no mesmo contexto sócio-político-religioso. Prega uma reforma moral e exorta o povo a reconstruir o Templo. Fala da vinda do Messias e da conversão das nações.
·         Malaquias (Ml) - O profeta fala do amor de Deus pelo seu Povo. E adverte que se Deus não está concedendo mais bençãos é porque está havendo adúltério, divórcios, etc. Provavelmente profetizou lá pelo ano 444 a.C.


Novo Testamento

O Novo Testamento é a parte da Bíblia onde encontramos o anúncio da pessoa de Jesus Cristo. Ele veio ao mundo para estabelecer uma Aliança definitiva entre Deus e os homens. Os primeiros quatro livros são os EVANGELHOS.

Evangelho

Evangelho - É uma palavra grega que significa ‘boa notícia’. São escritos que nasceram em comunidades cristãs entre 30 e 70 anos depois da morte de Jesus, refletindo suas necessidades, seus problemas e seu compromisso de fé. Todos os fatos relatados ocorreram depois do nascimento de Jesus Cristo (d.C. = depois de Cristo).

Os Evangelhos são 4 (quatro) Mateus, Marcos, Lucas e João

·         Evangelho Segundo Mateus (Mt) -  O Evangelho de Mateus é dirigido especialmente aos Judeus convertidos; por isso, tem o cuidado de mostrar que Jesus de Nazaré é o herdeiro das promessas feitas por Deus a Davi. Portanto, Jesus é o Messias anunciado pelos profetas.
            
Mateus, Marcos e Lucas são chamados de sinóticos ( = olhar juntos), pois têm muitas coisas em comum entre si.
·         Evangelho Segundo Marcos (Mc) - É a redação ,mais antiga dos evangelhos, feita no ano 70d.C., provavelmente em Roma, onde o autor pôde ler e meditar as cartas de São Paulo.
Marcos põe em evidência os milagres de Jesus, pois pretende mostrar a bondade do Senhor e sua divindade, não se preocupando muito com as datas. Seu Evangelho se dirige especialmente aos cristãos vindo do paganismo; portanto, de origem grega ou romana.
·         Evangelho Segundo Lucas (Lc) - Lucas apresenta a vida  e a atividade terrestre de Jesus como uma grande viagem que vai da galiléia até Jerusaslém, centro político do judaísmo. É também o evangelista que mais fala sobre o nascimento e a infância de Jesus. Se dirige especialmente aos cristãos de origem pagâ: gregos e romanos.

A originalidade de Lucas foi escrever 2 (dois livros) - Evangelho e Atos. Ele viveu em contato com os pagãos convertidos, demonstrando assim grande preocupação missionária.
·         Evangelho Segundo João -  João escreve seu Evangelho de maneira original, penetrando o mistério das humilhações e da glória do Cristo. Fala da ‘vida Eterna’ como realidade já presente na terra, na Pessoa de Jesus. João escreve não aos pagãos, mas aos cristãos.
Um evangelista da escola de João transcreve a pregação do apóstolo. Um redator final deu a forma que chegou até nós (ano 100 d.C.).

Atos dos Apóstolos

Atos dos Apóstolos encontra-se depois dos Evangelhos. Afirma que Jesus Cristo morreu e ressuscitou, completando sua missão aqui entre nós e que depois dele, quem vai continuá-la será o Espírito Santo por meio dos apóstolos e evangelizadores, até os extremos confins da terra. Fala da época na qual nasce a Igreja.

No livro dos Atos

No livro dos Atos é apresentada a atividade dos Apóstolos como grande viagem que vai de Jerusalém até Roma, o centro do mundo naquela época. Quatro pontos se destacam no Livro: O Anúncio, a Catequese, a vidas das Comunidade e a Missão.
Foi escrito entre os anos 80 e 90 d.C. O autor é o mesmo do 3º Evangelho. A Tradição desde o II séc.; o identifica com o médico que acompanhou Paulo

As cartas de Paulo

As Cartas de são Paulo encomtram-se depois dos Atos dos Apóstolos. Elas são respostas a situações concretas e problemas específicos das primeiras comunidades cristãs, fundadas pelo grande anunciador do Evangelho, espalhadas em terras pagãs.
Revelam as dificuldades, a perseverança e a ousadia na grande missão de fazer surgir grupos cristãos em meio a situaçãoes contrárias ao Evangelho. Podem ser divididas em 2(dois) grupos: Cartas para as Comunidade e Cartas Pastorais.

Cartas para as Comunidades

As Cartas para as Comunidades são àquelas enviadas por Paulo às comunidades que ele fundara. Elas são 9 (nove).
·         Carta aos Romanos (Rm) - Somente a fé em Jesus Cristo pode salvar. Paulo não fundou esta comunidade.
·         1ª Carta aos Coríntios (1ªCor.) Ensina como superar os conflitos na comunidade. Corinto era uma rica cidade comercial. Paulo fundou a comunidade entre os anos 50 e  52 d.C.
·         2ª Carta aos Coríntios (2ªCor.)  Nos diz que a força se manifesta na fraqueza. É portanto uma dose de ânimo para a comunidade que se sente desanimada.
·         Carta aos Gálatas (Gl) - A galácia era uma região da Ásia Menor.  E esta carta é um manifesto da liberdade cristã.
·         Carta aos Efésios (Ef) - Tem com eixo central, o Mistério e a vida daIgreja. Paulo escreveu esta carta na prisão.
·         Carta aos Filipenses (Fl) - Felipe foi a 1ª cidade européia a receber o Evangelho. Essa carta tem como objetivo fornecer critérios para distinguir o verdadeiro Evangelho.
·         Carta aos Colossenses (Cl) - Colossas era uma pequena cidade da Ásia Menor. Esta carta tem como objetivo principal afirmar que Cristo é a imagem do Deus invisível
·         1ª Carta aos Tessalonicenses (1ªTs) É o primeiro escrito do NT (50-51 d.C.) Esta carta tem como eixo central: a fé, a esperança e o amor.
·         2ª Carta aos Tessalonicenses (2ªTs) - Tessalônica era uma grande cidade comercial.  O tema central desta carta é: Como resistir aos conflitos.

As Cartas Pastorais

As cartas Pastorais são àquelas enviadas para às lideranças das comunidades.  Elas são 5 (cinco).
·         1ª Carta a Timóteo (1ªTm) - Timóteo foi discípulo e colaborador de Paulo. Esta carta é uma instrução para o ministério.
·         2ª Carta a Timóteo (2ª Tm) - Foi escrita na prisão em Roma (ano 67 d.C.). Nela Paulo faz algumas considerações sobre os últimos dias.
·         Carta a Tito (Tt) - Tito é o delegado pessoal de Paulo na ilha de Creta. Esta carta fala da sã doutrina, isto é, a vontade salvadora de Deus trazida por Cristo.
·         Carta a Filemon (Fl) -  Esta é uma carta de recomendação para o escravo Onésio, cujo objetivo é alertar para o preconceito e exploração. ‘Em Cristo somos todos irmãos’.
·         Carta aos Hebreus (Hb) - Escrita por um discípulo de Paulo e trás como mensagem central: Cristo, Único e verdadeiro Sacerdote.


As Cartas Católicas

As cartas católicas - São  àquelas encontradas logo depois das Cartas de Paulo. A palavra católica significa ‘universal’. Essas cartas são assim chamadas porque foram escritas para uma comunidade ou pessoa em particular, mas endereçada a toda a Igreja. Elas são 7 (sete).
·         Carta de São Tiago (Tg) - Autor: Judeu de origem grega do final do I séc. Para ele a fé sem obras é morta.
·         1ª Carta de São Pedro (1ª Pd) - Esta carta foi escrita para as comunidades da Ásia Menor. Ela chama a atençaõ para a autênticidade do testemunho.
·         2ª Carta de São Pedro (2ªPd) - É o último escrito do NT (meados do séc. II). Ela ensina como perseverar na esperança.
·         1ª Carta de São João (1ª Jo) - O objetivo do autor é afirmar que o dinamismo da Fé é o Amor.
·         2ª Carta de São João (2ªJo) – Esta carta é um complemento da primeira. Aqui o autor convida a Igreja a viver na verdade.

As duas cartas foram escritas no fim do séc. I por João ou um discípulo  seu  e dirigidas às comunidades da Ásia Menor.
·         3ª Carta de São João (3ªJo) - Fala dos Cooperadores da verdade. É uma carta de encorajamento.
·         Carta de Judas (Jd) - Escrita no final do séc.I. Tem como objetivo principal, não deixar que a fé se enfraqueça.

Apocalípse

Apocalípse -  É uma palavra grega que quer dizer: ‘Revelação’: Revelação de Jesus Cristo (Ap. 1,1)
O Apocalípse de são João é o último livro da Bíblia. Nele o autor usou uma linguagem cheia de símbolos, porque se dirigia às comunidades que viviam em meio à perseguição romana, no fim do séc. I.

Bíblia Hebraíca (TaNaK)

A Bíblia Hebraica é formada por 39 (trinta e nove) livros, divididos em três partes:
·         Lei ou Torá (cinco livros): Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.
·         Livros Proféticos ou Nebiim (21Livros) divididos em:
·         Profetas anteriores (6 livros): Josué, Juízes, I e II Samuel I e II Reis.
·         Profetas Posteriores (15 livros): Isaías, Jeremias, ezequiel, oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.
·         Escritos ou Ketubim (13 livros): Salmos, Jó, provérbios, Rute, Cântico dos Cânticos, eclesiastes, lamentações, ester, Daniel, Esdra, Neemias e I e II Crônicas.

Reunindo a primeira letra de cada uma dessas partes, os Judeus formaram a Palavra ‘TaNaK’ que designa a Bíblia Hebraíca.

Bíblia Protestante

Ao separar-se da Igreja Católica Martinho Lutero optou pela Bíblia Hebraíca. Assim, na Bíblia Protestante, o Antigo Testamento contém apenas 39 livros.
Hoje, todas as diversas igrejas e seitas derivadas do protestantismo seguem a Bíblia de Lutero. Porém, devemos notar que, quanto à ordem dos livros, a Bíblia Protestante segue a Católica.

Novo Testamento

As duas Biblias, Católica e Protestante, contêm 27 livros e na mesma ordem:

Livros Históricos

Os Livros Históricos são 4 (quatro): Os Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João. E Os Atos dos Apóstolos.

Livros Didáticos

Os Livros Didáticos correspondem a (21 cartas): Romanos, I e II Coríntios, Gálatas, Efésios, filipenses, Colossenses, I e II Tessalonicenses, I e II Timóteo, Tito, Filemon, Hebreus, Tiago, I e II Pedro, I , II e III João e Judas.

Livro Profético: Apocalípse.

As Cartas

As cartas são divididas em subgrupos:
·         Grandes cartas: Romanos, I e II Coríntios e Gálatas.
·         Cartas do Cativeiro: Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemon.
·         Cartas Pastorais: I e II Timóteo e Tito.


Idiomas da Bíblia

A Bíblia foi escrita em três línguas: hebraico, aramaico e grego.

Hebraico

É a língua mais antiga das três, mesmo assim é considerada relativamente recente, já que sua escrita alfabética é posterior à invenção e à difusão da escritura alfabética no antigo Oriente-Próximo, ou seja, bem depois do século XV a.C.  Assim a Bíblia não pode assegurar textos anteriores ao século XII a.C. E as primeiras grandes redações não são realmente plausíveis antes do século IX a.C.
Em suas partes mais antigas, o Antigo Testamento só oferece alguns textos que podem remontar aos séculos XII e XI a.C.  Já os textos mais desenvolvidos só são datáveis dos séculos X – IX, e o essencial de uma redação mais organizada situa-se entre os séculos VIII e III a.C.
Essas datas vão estabelecer certa distância entre os mais antigos escritos que podemos levantar e os acontecimentos neles relatados. Assim, é preciso registrar espaços de cinco a oito séculos entre determinada personagem ou acontecimento e a referência escrita que o texto hebraico do Antigo Testamento apresenta sobre ela. Acrescentando  a isso o fato de que não só as personagens mais antigas como os patriarcas (Abraão, Isaac e Jacó), mas todos os personagens colocados em cena nos onze primeiros capítulos do livro do Gênesis, situados entre os séculos XVIII e XVI a.C., não falavam o hebraico, pois essa língua é relativamente tardia.
O hebraico foi utilizado como língua de redação do Antigo Testamento durante doze séculos.

Em Aramaico

É sómente após o Exílio na Babilônia (ano 587, século V a.C.), que Israel começará a utilizar essa língua, que era, na época, a língua diplomática e comercial do Oriente-Próximo, isso no século VI a. C.
O Antigo Testamento só conserva alguns textos e partes de livros em aramaico, todos datáveis dos séculos III e II a.C.

Em grego

Durante os dois séculos que precederam a nossa era e, portanto, no tempo de Cristo, o grego foi a língua judaica de uma grande parte do povo de Israel, talvez sua parte mais dinâmica, mais ativa. O Judaísmo egipcio e mais específicamente o de Alexandria, o Judaísmo da diáspora (os judeus que moravam fora de Israel) e uma parte do judaísmo palestino utilizavam a língua grega, às vezes exclusivamente, embora o hebraico provávelmente tivesse permanecido como língua litúrgica, sobretudo para a leitura na sinagoga.

Todos os livros do Novo Testamento foram escritos em grego.

Material de Escrita da Bíblia

Os  livros da Bíblia foram escritos primeiro em papiros e depois em pergaminhos.

Papiro: É uma planta que crescia às margens do rio Nilo. Suas hastes eram cortadas em pequenas tiras e sobrepostas umas às outras em forma de cruz. Depois eram coladas, prensadas e alisadas. Já era conhecido e usado no Egito desde 3000 anos antes de Cristo.
Escrevia-se com um pequeno pincel, pois um instrumento com ponta muito fina podia rasgar a folha.
Pergaminho: Couro de ovelhas ou de cabras, especialmente preparado. Foi inventado em meados do ano 100 a.C.. Era material muito mais resistente que o papiro, porém muito mais caro.
Escrevia-se com um instrumento de escrita com ponta mais fina que o utilizado no papiro.

Idade dos textos

Não possuímos o texto original de nenhum livro da Bíblia. Apenas cópias mais ou menos exatas.
Em Qumran, às margens do Mar Morto em 1947, foram encontrados textos bíblicos que datam do século II a. C. . Foram encontrados textos de todos os livros do Antigo Testamento com exceção de Ester, Judite, Baruc, Sabedoria e I e II de Macabeus.             Até então tínhamos textos em hebraico que datavam do século VI, VII e X d.C.
Os textos mais antigos escritos em grego, nos livros do Novo Testamento, datam do século IV d.C.
Só no século XV as Bíblias começaram a ser impressas e aí se introduziu a divisão em capítulos e versículos, que usamos até hoje.

Traduções da Bíblia:

A Sagrada Escritura

A Sagrada Escritura foi, ao longo dos séculos, sendo traduzida em diversos idiomas para favorecer seu anúncio e estudo.

LXX ou Setenta ou Septuaginta:

A mais antiga e importante tradução da Bíblia é a versão do hebraico para o grego efetuada aos poucos no século III ao séc. I a.C., em Alexandria, no Egito. O nome SETENTA vem da lendária carta do século II aC, (sem nenhum fundamento histórico), onde se afirma que a tradução grega foi feita por 70 rabinos a pedido do Faraó do Egito, Ptolomeu II Filadelfo(285-2470) aC., para a biblioteca de Alexandria. Daí o título: Tradução ‘dos SETENTA interpretes’.
É certo porém, que no século III aC iniciou-se em Alexandria, no Egito, uma tradução da Bíblia para o grego. Essa tradução foi feita porque havia ali uma grande colônia de judeus que já não conseguiam ler o texto sagrado em hebraico. Tinham, portanto, necessidade de um texto bíblico que fosse compreensível, visto que falavam grego.
Começaram pelo Pentatêuco(Lei) devido a sua importãncia. Seguiu-se depois a tradução das outras partes da Bíblia hebraica, os Profetas e os E scritos.  
Além de traduzirem os 39 livros da Bíblia Hebraica, os responsáveis pela versão grega acrescentaram outros 7(sete) livros novos: Tobias, Judite, Baruc, Eclesiástico, Sabedoria, I e II Macabeus.
Também colocaram uma nova numeração nos Salmos. Por isso, em nossas Bíblias, os Salmos contêm dois números. O número maior é sempre o da Bíblia hebraica. O número menor, da Bíblia grega. Normalmente é colocado entre parênteses. Ex:. Sl. 39 (38).
A Setenta tornou-se a Bíblia da Igreja Católica, portanto o número menor do salmo é o nosso, católico.

Targum:

Desde a volta do exílio da Babilônia, no ano 538 a.C., os judeus falavam aramaico. Mas o hebraico continuou sendo a língua dos Livros Sagrado. Assim, nas sinagogas, o texto bíblico era lido em hebraico e imediatamente traduzido para o aramaico.
Essas traduções receberam o nome de TARGUM (plural Targumim). Só a partir do final do século I d. C. É que se começou a redigir Targumins.

Vetus Latina:

Quando o Latim tomou lugar do grego na Igreja, começaram a surgir traduções latinas. É impossível saber quantas traduções foram feitas, mas convencionou-se chamá-las de VETUS LATINA a qualquer tradução latina do Antigo Testamento anterior à Vulgata.

Vulgata: 

A grande confusão dos textos latinos levou o papa Dâmaso I (366-384 d.C.) a propor um texto único para toda a Igreja. Encarregou São Jerônimo, famoso por seus conhecimentos bíblicos e linguísticos, de rever a Vetus Latina com base no texto grego. O novo texto latino recebeu o nome de VULGATA.
A Vulgata segue o cânon ou a lista dos livros da Setenta, com 46 livros para o Antigo Testamento, e acrescentou os 27 livros do Novo Testamento.

Alguns Métodos de leitura da Bíblia

Primeiro: 

Começar pelo livro do Gênesis e terminar no Apocalipse. Esse tipo de leitura nos dá grande conhecimento de toda a história da salvação, mas é muito demorada e às vezes árida.

Segundo:

Começar pelos Evangelhos. Primeiro conhecer Jesus, sua mensagem. E depois, à luz de Jesus, ler todo o Novo testamento e só então o Antigo. Esse método nos permite descobrir a centralidade de Jesus na História da Salvação. Descobrimos que o Novo Testamento está escondido no Antigo e que o Antigo está presente no Novo.

Terceiro:

Combinar a leitura do Antigo e do Novo Testamento. Uma forma de fazer esta combinação é seguir textos bíblicos das missas diárias. Nos folhetos de liturgia dominical, no final, estão os textos das missas daquela semana.

Como Citar Textos Bíblicos

Em primeiro lugar, se indica o livro, usando sua abreviação. Em seguida, com o primeiro número, indica-se o capítulo e com o segundo, separado do primeiro por vírgula, o versículo. Ex.:Gn 4,4 = Gênesis, capítulo 2, versículo 4.
·         Com um hífen, unem-se capítulos ou versículos. Ex.:Êx 10, 1-10  =  Êxodo, capítulo 10, versículos de 1 até 10.  Ex  1-10   =   Êxodo, capítulos de 1 até 10.
·         Com o ponto e a vírgula(;), separam-se duas citações diferentes. Ex.:Lc 10 ; 14 ; Mc 2, 1- 4  =  Lucas, capítulos 10 e 14, e Marcos, capítulo 2 versículos de 1 até 4.
·         Com um ponto(.), separam-se versículos dentro do mesmo capítulo. Ex.:Lc 4,2.8.18  =  Lucas, capítulo 4, versículos2,8 e 18.
·         Com um (‘s’), acrescentado depois do capítulo ou versículo, entendem-se o, ou os capítulos ou versículos seguintes. Ex. :1 Cor 8s  =  Primeiro Coríntios, capitúlos 8 e 9. 1 Cor 8, 1s  =  Primeiro Coríntios, capítulo 8, versículos  um e seguintes.
·         Quando se indica apenas uma parte de um versículo longo, acrescenta-se uma letra ao número que indica o versículo: (a), quando é o início do versículo, (b), o meio e (c), o final. Ex.: Gn 2, 4a  =  Gênesis, capítulo 2, primeira parte do versículo 4.

Explicaçâo das Pontuações

·         A vírgula(,) separa capítulo de versículo, ou seja, o número que antecede a vírgula, sempre é capítulo.
·         O ponto e virgula(;) separa capítulos e livros.
·         O ponto(.) separa versículo de versículo, quando não seguidos.
·         O hífem(-) indica sequência de capítulos ou de versículos.
·         Quando um versículo é muito comprido ele é dividido em duas partes, três, quatro partes. Neste caso usa-se as letras a, b, c, ou d após o número do versículo.

           

O Povo da Bíblia

A Bíblia surge no meio de um povo do Oriente, o Povo de Israel. Este Povo cria uma literatura que relata sua história, suas reflexões, sua sabedoria, sua oração. Toda essa literatura é inspirada pela sua fé no único Deus que lhes revela: ‘Estou sempre com vocês’.
A Bíblia é o reflexo de uma vivência do Povo com seu  Deus e de Deus com seu Povo. Deus está na história do Povo, e, por isto, está na Bíblia. Por sua vez, a Bíblia vai ajudar o Povo a viver. É Deus, através da Bíblia, que anima e orienta seu Povo para continuar a lutar e viver e nunca desanimar. É por tudo isto que dizemos que a Bíblia é a Palavra de Deus. Revelação de Deus.
O Povo da Bíblia mora perto do mar Mediterrâneo, no Oriente Médio.
Inicialmente é um grupo de migrantes, vindos da Mesopotâmia (hoje Iraque). São chamados HEBREUS e descendem de Abraão.
Muita gente quer ser dona da terra onde moram esses hebreus. Os Cananeus, outros moradores de lá a chamam de CANAÃ. Os Israelitas a chamam de ISRAEL. Mais tarde será chamada PALESTINA: terra dos filisteus.
Para se entender a Bíblia é preciso fé no Deus vivo, presente e atuante na história da humanidade, daí porque se diz que Ela não é um livro como qualquer outro.
O Povo que viveu e escreveu a Bíblia escolheu a palavra ‘Aliança’ para explicar seu relacionamento com Deus:
·         O Deus que conversa, que questiona  (Gn 3, 9s)
·         O Deus ‘que nos tirou do Egito, da escravidão’ (Êx 13,3)
·         O Deus que habitou entre nós (Jo 1, 14)

A Bíblia como Vida

Estamos acostumados a considerar a Bíblia somente como Livro. Mas devemos ter em mente que esse ‘livro’ não se entende sem o povo, sem a comunidade em que surgiu, sem a Vida daquela gente, sem sua fé em Deus.
Antes de mais nada, ela é o retrato dos acontecimentos, da vida, dos fatos reais, históricos que transcenderam a vida de um homem, de algumas tribos, de um povo. Por exemplo:
·         A emigração de um homem, Abraão, que deixa sua pátria, seus parentes, a casa paterna e se lança a um futuro incerto (Gn 12, 1-3), no século XVIII a.C.
·         A experiência salvadora de algumas famílias, à frente das quais se colocou Moisés para libertá-las da opressão (Êx 2, 23s), séc XIII a.C.
·         Os momentos críticos em que  a própria existência do povo que ia formando e se considerava o ‘povo de Deus’ estava em perigo pelas provocações dos filisteus (1 Sm 9, 16s), no século XI a.C.
·         Os tempos da monarquia, com um poder centralizado e autocrático que se vai degenerando (1 Sm 8, 11-17; 2 Rs 5, 13; 2 Cr 10, 4), dos séculos XI ao VI a.C.
·         Os tempos do exílio, quando Jerusalém foi arrasada (2 sm 6-7), o Templo incendiado ( 1 Rs 6-8), a Arca destruída (1 Sm 5-6 ), e os cidadãos de destaque deportados para um país estrangeiro (Livro das Lamentaçãoes), entre 587-538 a.C.
·         O fato concreto, histórico é a primeira coisa que acontece: ‘Vós saísstes, vos mudastes de um lugar para outro’. No entanto, eles, descobrem que esse sair tem um sentido: é uma ‘libertação’, é uma experiência de libertação: ‘Saístes da casa da escravidão’(Êx 13, 3-16; 19, 4-8; Dt 1, 30-33; 4, 32-40). Por fim, aprofundando-se na meditação dessa experiência humana, a saída do Egito, descobrem Deus nela. Essa experiência de libertação foi obra de Deus: ‘Deus vos libertou’ (Êx 12, 51).

    Essa fé é expressa no culto e passada de pai para filho (Êx 20, 2; 2,7 ; Dt 6, 20-24 ;     26. 5-10 ).

A Bíblia: Livro

Depois do livro da vida e motivados por circunstâncias diversa, começam a escrever essas experiências de vida e de fé, inspirados por Deus. Houve textos que tiveram diversas redações, antes da definitiva, conforme já vimos antes.
Por fim, colecionaram as diversas tradições orais e escritas e ‘editaram’ os livros que chamamos Bíblia.
A Bíblia escrita é, pois, a expressão das experiências vitais de um povo, vividas na fé, ou seja; vida feita história, lida com fé. Deus falou, disse sua palavra na vida, antes que no livro. Por isso dizemos que: A Bíblia como livro é palavra de Deus porque antes a vida foi palavra de Deus.

A Bíblia : Palavra de Homens

Nós, cristão, cremos com Jesus, com os seus apóstolos e com a Igreja, que a Bíblia toda é palavra de Deus. Por outro lado não podemos deixar de ver  que a Bíblia é também palavra de homens. E são dois aspectos de uma só realidade, não podendo nós sacrificar um pelo outro.
É palavra de Deus sem deixar de ser palavra de homens. E é palavra de homens sem menosprezar o fato de ser palavra de Deus.
É verdadeiramente palavra de Deus e verdadeiramente palavra de homens.        Essa é nossa fé.
Algo assim como a fé que temos em Jesus, que é verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
É preciso ter em mente sempre que os escritores bíblicos são autênticos autores humanos, que expressam idéias muitas vezes puramente humanas e com formas e modos de expressão correspondentes à cultura, geografia, desenvolvimento social, história... de seu tempo e que por isso é possível que os livros da Bíblia sofreram influências do jeito de ser, pensar e escrever(gênero literário)de cada uma delas.

Os gêneros literários

Gêneros literários ou figuras literárias são os jeitos, as formas, como as pessoas escrevem. E as utilizadas pelas que escreveram a Bíblia são as mesmas usadas por outros escritores do mundo antigo pertencentes aos povos vizinhos do Egito ou da Babilônia.

Na Bíblia encontramos:

·         Narrações folclóricas - São aquelas típicamente exageradas de formas épicas populares que tendem a realçar a figura de um herói, as façanhas gloriosas de um povo: Veja a história de Sansão(Jz 13ss; 15,5), as astúcias de Jacó(Gn 27 ;30,37ss), as descrições das pragas do egito (Êx 9,29ss) etc.
·         Narrações novelescas - São aquelas com intenção de proporcionar um ensinamento religioso ou moral: livros de Ester, Jonas, Tobias.

Nessas narrações, que poderíamos chamar novelas históricas, o importante é o ensinamento que se pretende transmitir. O elemento histórico é mais ou menos um ponto de referência artificial, inexato, por vezes exagerado.
·         Midrash hagádico - É um tipo de narração que tem por base um fato histórico, porém enfeitado, para impressionar e ajudar a passar uns bons momentos (Sb 16-18; Êx 16,31).
Mesmo as narrações estritamente históricas, os fatos que se contam sem enfeites são julgados e valorizados do ponto de vista da fé (Josué, Juízes, Samuel, Reis).
Outras vezes se faz como nas antigas vidas de santos: omite-se o que for desfavorável à personagem, aproveita-se tudo o que for edificante, de forma ampliada e enfeitada, para o crescimento do leitor (1 e 2cr; 2Mc).
·         Descrições apocalípticas - São aquelas repletas de expressões exageradas (hipérboles) e numa linguagem estravagante (Dn 7ss; Is 13; 34).
·         Códigos de leis - Há também os códigos de leis (Êxodo e Levítico), visões(Amós e Jeremias).
·         Coleções de provérbios, e de normas de educação e de vida (Provérbios, eclesiástico e Sabedoria).
·         Cânticos de amor, de guerra e de ação de graças...(Salmos, Cântico dos Cânticos).
·         Paradoxos, ironias, fábulas, parábolas e alegorias (Gn 3, 22).

Por fim, alguns capítulos da Bíblia registram fatos corretos mas envoltos em fabulas, mitos e lendas como veremos na história das origens (Gn 1-11)

Algumas advertências:

·         A maior parte, das páginas da Bíblia devem ser entendidas como se apresentam, sem necessidade de se recorrer aos gêneros literários.
·         Por outro lado, será preciso ter em mente, para entender o que Deus nos quer dizer através da Bíblia, o que lembra o Concílio Vaticano II:

‘É preciso estudar com atenção o que os autores... quiserem dizer e dizem, por meio dos gêneros literários próprios de sua época e cultura’ (DV 12).
Não esquecer que o povo de Israel estava dividido em tribos e que elas acampavam em diferentes regiões e que por isso a mesma história desse  povo da Bíblia é narrada às vezes com dados, circunstanciais e cores distintas por diferentes autores, em épocas diversas ( por exemplo, os dois relatos da criação nos caps. 1 e 2 do Gênesis).

O mundo da Bíblia

A concepção de mundo que eles tinham  era muito diferente da nossa. Para eles, a Terra era um disco plano que flutuava sobre o oceano profundo(Gn 1,6). Dele brotavam as fontes. O céu tinha forma de cúpula que descansava sobre a superficie da Terra. Essa cúpula sustentava as águas de cima que caíam em forma de chuva, quando se abriam suas janelas(Gn 7, 11-12). Os astros pendiam dessa cúpula como lâmpadas (Gn 1, 7-8; Sl 104).
Encontram-se relatos contraditórios de um mesmo acontecimento. Por exemplo, a conquista de Canaâ segundo os doze primeiros capítulos de Josué parece ter sido uma guerra relâmpago. Mas de acordo com o capítulo primeiro do livro dos Juízes, tratou-se de uma interminável penetração de tribos separadas.
Isso se comprova também nos dois primeiros capítulos do Gênesis: quem foi criado primeiro, o homem ou os animais? Quantos dias durou o dilúvio(Gn 7,12 . 24)? Quantos casais de animais de cada espécie entraram na arca de Noé (Gn 6,19 - 20; 7, 2-3)?

As deficiências morais na Bíblia

Bíblia é um livro nada edificante nas descrições que mostram a realidade de homens bastante primitivos, com graves erros morais, decisivamente humanos.
·         Abraão será chamado o ‘Pai da fé’, mas não terá dúvidas de entregar sua mulher para salvar a própria vida(Gn 12, 10 – 13, 1).
·         Moisés é o ‘Libertador’, mas não acha melhor meio remediar a injustiça do que o assassínio (Êx 2,12).
·         O Rei Davi, o ‘Eleito de Deus’, antepassado de Jesus de Nazaré, engravida a mulher de um de seus melhores generais e manda matá-lo à traição (2Sm 11, 4-15).

A história real é, com frequência, nada edificante e a Bíblia narra essa história de homens sensuais e brutos, a quem Deus, em sua pedagogia, se adapta, para conduzi-los à salvação.
·         Na Bíblia são impostos deveres morais que hoje nos escandalizam como imorais, mas que trazem em si a marca da condição humana e social daquela época: dever de vingança (Gn 34, 25-31; Jz 8, 18 -21); a Lei de Talião (Êx 21, 24-25); a poligamia e a transmissão hereditária do harém (2Sm 12,8)

Os sentimentos religiosos inaceitáveis da Bíblia

O próprio sentimento religioso é às vezes humanamente deficiente e serve até para orações de vingança. Você acha que é cristão o que se diz em cert parte da bíblia contra os governantes daquela época, por mais malvados que tivessem sido?
·         ’Ó Deus, quebrai-lhe os dentes na boca, arrancai, Senhor as mandíbulas aos jovens leões.
·         Desapareçam como água que escorre; embotem-se as suas flechas, se as desferirem.
·         Passem com lesma que vai se dissolvendo, como feto abortivo de mulher, o qual não viu o sol (Sl 58).

O nacionalismo é bom, mas ás vezes pode ser exagerado e chegar a desejar semelhantes maléficos para o inimigo:
·         ’Bravo o que tomar os teus filhinhos e os esmagar contra uma pedra’(Sl 137).

O que você acha daquele que, tendo sido acusado injustamente, pede a Deus para seu inimigo:
·         ’Sejam abreviados os seus dias, e receba outro o seu lugar. Fiquem órfãos os seus filhos, e viúva a sua esposa.
·         Ninguém mais lhe mostre benevolência, nem haja quem se compadeça de seus órfãos.
·         Reviva a culpa de seus pais na lembrança do Senhor, e o pecado de sua mãe não se apague’ (Sl 109).

Conclusão

Os autores bíblicos são autênticos autores humanos. Por  isso na Bíblia expressam-se idéias puramente humanas. Não há ‘Palavra de Deus’ que não venha mediada pela palavra dos homens.

O Canôn Bíblico

‘Canôn Bíblico’

É a lista de todos os livros da Bíblia. ‘Cânon’ vem de ‘cana’ que era usada como metro, medida. Daí a palavra passou a ser usada também como norma, regra de verdade ou de fé.
Os livros da Bíblia foram chamados ‘canônicos’ a partir do século IV porque foram reconhecidos como normativos para a fé e a vida dos fiéis.

Para o AT, existem dois canônes:

·         O Cânon Alexandrino (ou longo) com 46 livros, presente na Bíblia Católica;
·         Cânon Palestinense (ou curto) com 39 livros, presente nas Bíblias Hebraica e Protestante.

Tendo em vista a aceitação ou não no Cânon, os livros da Bíblia são chamados Protocanônicos ou Deuterocanônicos.
·         Protocanônicos - São os livros que estão nas três Bíblias (hebraica, catolica e protestante). Isto é, aqueles livros que foram considerados inspirados por Deus, sempre e por todos.
·         Deuterocanônicos - São os livros cuja inspiração foi objeto de debates e que são aceitos por uns e rejeitados por outros. Encontram-se  somente na Bíblia Católica.
·         Os do AntigoTestamento são: Tobias, Judite, Baruc Sabedoria, Eclesiástico, 1 e 2 macabeus. E alguns textos : De Ester 10, 4-16, 24; Daniel 3, 24-90; 13-14. 
·         Os do Novo Testamento são: Hebreus, Tiago, Segunda Carta de Pedro, Segunda e Terceira Cartas de João, Judas e Apocalipse.


Formação do cânon

No Antigo Testamento

É muito difícil refazer a história do cânon do AT; sabemos que, pelo ano 130 a.C. o tradutor do livro do Eclesiástico do hebraico para o grego sabia da existência de três grupos de livros que eram o tesouro de Israel: a Lei, os Profetas e os escritos. O primeiro e o segundo grupo já estavam bem definidos. Quanto aos escritos, ainda no tempo de Jesus, havia incertezas.
No final do século I dC, os rabinos reconheceram que alguns livros ‘manchavam as mãos’, isto é, eram sagrados e que depois de manuseá-los era preciso purificar-se . Mas ainda se discutia a canonicidade de alguns livros. O cânon judaico, com 39 livros, foi fixado nos finais do século II d.C. Um dos motivos que contribuiu para isso foi a Igreja Primitiva que usava o texto grego da Bíblia, que continha 46 livros. Portanto, com sete livros deuterocanônicos, não aceitos pelos judeus.
Quanto ao cânon da Bíblia Católica, os autores dos livros do NT, ao citar textos do AT, usaram todos os livros da Bíblia grega, inclusive os deuterocanônicos. A Igreja Primitiva, portanto, considerou inspirados por Deus os 46 livros da Bíblia Grega e não apenas os 39 da Bíblia Hebraica.

No Novo Testamento

A formação do cânon no Novo Testamento também é complexa. 
O anônimo autor da Segunda Carta de Pedro fala da coleção de cartas de Paulo, colocando-as ao lado das ‘outras Escrituras’ (2Pd 3,16). Não sabemos quantas e quais cartas ele conhecia. São Justino, nos meados do século II d.C. afirma que os cristãos liam, nas assembléias litúrgicas, as ‘memórias dos apóstolos’, isto é, os evangelhos.
A lista de livros do NT mais antiga que possuímos é o chamado cânon de Muratori, do final do século II d.C. Nela faltam Hebreus, Tiago, as duas Cartas de Pedro e a segunda e Terceira cartas de João.
O primeiro cânon oficial da Igreja é o do Concílio Ecumênico de Florença, em 1441, sob o papa Eugênio IV. Porém, a declaração definitiva do cânon bíblico só aconteceu em 1546, na IV sessão do Concílio de Trento. Ali definiu-se o cânon do AT com 46 livros e o do NT com 27.

Critérios de canonicidade

Como a Igreja tem certeza que esses livros são canônicos?

Sem dúvida, não foi por uma revelação especial. O Concílio Vaticano II diz que ‘mediante a Tradição a Igreja conhece o cânon inteiro dos livros sagrados’ (DV 8). Isto significa que, no processo de reconhecimento do cânon, está implícita a ação do Espírito Santo que, segundo Jesus, levará a Igreja à Verdade total (Jo16,13). O mesmo Espírito, que inspirou os autores  sagrados a escrever, guia também a Igreja para reconhecer quais livros são inspirados ou não.
Além da ação do Espírito Santo, existem outros critérios secundários.
Para os judeus, um livros era inspirado e, portanto, canônico, se fosse escrito por um profeta, em hebraico e em Israel. Por isso os chamados deuterocanônicos não foram aceitos pelos judeus. Ou porque foram escritos em grego, ou fora de Israel ou por uma pessoa que não era considerada profeta. Já os cristãos olharam a prática de Jesus e dos apóstolos, o uso litúrgico e a sua conformidade com a fé.

Apócrifos. São os livros que não são inspirados e não fazem parte de nenhum cânon

Recapitulação de algumas datas:

Origens

·         Por volta de 1850: Chegada de Abraão a Canaã (Gn 12).
Império egípcio: 2030 - 1070 aproximadamente – Império Médio.
Suméria: renascimento sob a terceira dinastia de Ur.             
Babilônia: primeira dinastia. Código de Hamurabi (por volta de 1750).
·         Por volta de 1250: Moisés. Saída dos hebreus do Egito. Lei do Sinai.
Egito: 1304 - 1184, décima nona dinastia. Ramsés II (1304 – 1238).
·         Por volta de 1220 -1200: Josué e os Hebreus na Palestina.


Desde Juízes (por volta de 1200) até a queda de Jerusalém(587)

·         Entre 1200 e 1020: os Juízes de Israel.
Texto Bíblico: primeiras tradições dos santuários, hinos, ‘lendas culturais’.
·         Entre 1030 -1010: Fundação da monarquia: Saul, primeiro rei.
·         Por volta de 1000: Elevação de Davi rei
Texto bíblico: primeiras crônicas pré-reais (Juízes e reais (sobre Saul).
·         De 970 a 931: Salomão, filho de Davi, rei.
Texto bíblico: primeiras sínteses de redação. Compilação de tradições orais (lendas, provérbios...). Primeira historiografia real (Anais) e compilações legislativas. Atividade de redação religiosa.
·         Por volta de 931: Assembléia de Siquém. O cisma entre o reino do Norte(Israel) e o reino do Sul(Judá).
Texto bíblico: grande atividade de redação no reino do norte, onde surgem também os profetas (Elias, Eliseu; no fim do século VIII, Amós e Oséias). Reestruturações dos textos legislativos (origem do Deuteronômio). Redação de certas tradições relativas à época anterior à Terra e anterior à realeza.
·         Em 721: Queda de Samaria, capital do reino do Norte; fim desse reino.
Texto bíblico: escribas do Norte se refugiam no Sul, em Jerusalém. Primeiras sínteses do acervo das tradições escritas do Norte e do Sul. A queda de Jerusalém, grande atividade literária: livros históricos, códigos legislativos e coleção de textos proféticos reelaborados sob a influência do espírito deuterocanônico.
·         Em 587: Queda de Jerusalém. Partida para o exílio na Babilônia.


Do Exílio ao fim da época Persa(587 – 333)
·         Em 539: O exército de Ciro toma a Babilônia.
·         Em 538: Edito de Ciro autiorizando o retorno dos judeus da Babilônia à Jerusalém.
·         Entre 520 - 515: A restauração do Templo.
Texto bíblico: Grande atividade redacional sob a influência dos sacerdotes (documento P). síntese dos documentos existentes. Atividade de releitura e de retorno às origens(Gênesis, Abraão). Livro de Abdias, de Malaquias, Jó, provérbios, cânticos, Rute, Números e os Salmos.
·         Em 350: A Judéia, estado teocrático.
Texto Bíblico: Legislação do Pentateuco unificada por Esdras. Livro de Joel, Crônicas, Esdras, Neemias, Jonas e Tobias.

Época Helenística e Época Romana

·         Entre 319 - 287: Os sucessores de Alexandre disputam seu império.
·         Até 200: A Judéia sob o controle dos lágidas.
Texto bíblico: Entre 300 e 250, tradução da Lei para o grego (Septuaginta). Após 250, talvez o livro de Ester e de Coélet.
·         Entre 200-142: A Judéia submetida aos selêucidas.
Texto bíblico: Sirácida.
·         Entre 167 -164: A grande perseguição de Antíoco IV Epifânio. Revolta dos Macabeus.
Texto bíblico: Primeiro livro dos Macabeus. O livro de Daniel e Segundo livro dos Macabeus.
·         Entre 100 - 50: O livro de Judite.
·         Em 63: Pompeu toma Jerusalém. Dominação romana da Palestina.
Texto bíblico: entre 30 e 10, o livro da Sabedoria.
·         Entre 37 – 4: Herodes Magno.


De Cristo ao fim do primeiro Século

·         Por volta de - 6 ou 5: Nascimento de Jesus.
·         Entre 18 - 19: Fundação de Tiberíades.
·         De 29 - 35 (aproximadamente): Ministério e morte de Jesus.
Texto bíblico: primeiras fórmulas de credo (proclamação da ressurreição), hinos, logias de Jesus.
·         Por volta de 48: Primeira carta de são Paulo aos Tessalonicenses.
·         Entre 50 - 52: Primeira Carta aos Coríntios.
·         Em 54: Carta aos Romanos. Nero, Imperador. Paulo em Roma. Primeiras redações evangélicas.
·         Em 64: Perseguição aos cristãos
·         Em 66: Primeira revolta judia.
·         Em 70: Tomada de Jerusalém por Tito. Incêndio do Templo. Jamnia, centro do Judaísmo.
Evangelho de Marcos.
·         Por volta dos anos 80: Evangelhos segundo São Mateus e Segundo São Lucas.
·         Entre 95 -100: Evangelho de São João.  


As datas propostas nesta seção são apenas marcos tradicionais. Não indicam absolutamente uma certeza histórica.                               

Bibliografia

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CEBI e MESTERS,Carlos. ABC da Bíblia. Coleção: Por trás das Palavras. São Paulo: Paulus, 35ª edição, 2002. 38p.
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MORACHO, Félix,sj. Na Escola da fé. A Salvação na História apresentada aos jovens  e adultos à luz da Bíblia, do Magistério, do Concílio, de Medellin e de Puebla. São Paulo: Paulinas. 2ª edição,1985. 428p.
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Frei Demetrius dos Santos Silva

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